Crescimento do mercado de vinhos no Brasil nos últimos 3 anos

Ao passo que a predisposição mundial foi reduzir a demanda de vinhos, o consumo da bebida no Brasil só cresceu no decorrer da pandemia da covid-19 segundo pesquisas divulgadas recentemente. Os brasileiros adquiriram cerca de 430 milhões de litros em 2020, o que retrata um crescimento de 18,4% maior que o ano anterior e ainda o maior volume desde 2000.

Com aproximadamente 50 milhões de brasileiros consumindo o vinho regularmente ou próximo a 36% das pessoas adultas do país, uma proporção igual ao Estados Unidos, com isso cada brasileiro tomou em média 2,64 litros da bebida em 2021, longe dos argentinos que nas Américas são os maiores consumidores com cerca de 30 litros por ano e dos portugueses com 69 litros por ano maiores consumidores individuais do mundo.

O mercado brasileiro de vinhos começou a aparecer nos anos 1980, ocasião em que os primeiros vinhos nacionais começaram a ser produzidos, período em que o vinho nacional não tinha muito conhecimento, mas na sequência começou a se popularizar. 

Deste momento em diante a procura aumentou cada vez mais e o mercado de vinhos brasileiros só cresceu, com isso nos dias atuais o mercado de vinhos brasileiros é muito próspero e abrange desde vinhos de mesa a vinhos finos e ainda uma enorme diversidade de vinhos espumantes.

Atualmente o melhor mercado consumidor de vinhos é a Europa com aproximadamente 50% do volume de vendas de vinhos no mundo. A França é a grande produtora de vinhos em volume, a Itália, Espanha e Alemanha vem em seguida. Já nos Estados Unidos o consumo de vinho vem em uma crescente considerável de uns tempos pra cá transformando-se o segundo maior mercado consumidor de vinhos

O Brasil está se sobressaindo como um dos mercados que mais crescem no consumo de vinhos em todo planeta. Ainda que seja um mercado proporcionalmente novo, a bebida no Brasil tem seu consumo crescendo muito nos últimos tempos.

O país está se transformando em um dos grandes consumidores de vinho e as razões fundamentais para este salto engloba crescimento da classe média, um aumento no conhecimento sobre vinhos e ofertas de vinhos com qualidade.

Atualmente os brasileiros conseguem comprar vinhos de todas as partes do mundo, como França, Chile, Argentina e Portugal, e ainda dos melhores produtores nacionais. Fora isso, com o crescimento das bebidas como espumante e prosecco estão ajudando no aumento de consumo.

Na produção dos vinhos nacionais, a região sul do Brasil em especial a Serra Gaúcha detém 90% da viticultura nacional de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A rede produtiva de vinhos e uvas movimentou R$.11 bilhões em 2019, abrangendo vários canais de distribuição e o enoturismo, e empregando mais de 200 mil pessoas.

Somente o Brasil em todo mundo possui três tipos de viticultura o que oferece uma diferença única de sabores para produção nacional. A tradicional é produzida em grande escala nos Estados do Sul, em alguns pontos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo com sua presença em mais de um século no País.

Entre as mais recente a produção tropical tem sua presença no Vale São Francisco entre a Bahia e Pernambuco, já a viticultura de inverno se concentra em áreas com altitudes entre 700 e 1,2 mil metros, com ênfase para Chapada Diamantina (BA) e os Estados do Sudeste, Goiás e o Distrito Federal.

Conforme dados da ABE (Associação Brasileira de Enologia) o consumo de vinhos no Brasil teve um acréscimo considerável nos últimos anos. Em 2017 o consumo da bebida foi de 8,2 milhões de litros, já em 2018 foi de 9 milhões de litros. Só que em 2019 o consumo explodiu com um recorde de 11 milhões de litros.

Segundo pesquisas da Ideal Consulting, o consumo de vinhos no ano passado foi de aproximadamente 489,4 milhões de litros, com uma diminuição de 4% para 2020 em compensação com 27,9% a mais que 2019. A boa notícia é que os vinhos finos nacionais tiveram uma alta de 23% no ano passado.

O aumento do consumo nacional de vinhos vem chamado a atenção do mercado internacional por isso as importações tiveram um acréscimo de 120 mil toneladas e com um valor de US$ 372 milhões em 2019 para 160 mil toneladas e um valor de US$ 478 milhões em 2021 conforme informações do Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O quarto maior exportador de vinho do mundo, o Chile tem o Brasil como o seu segundo maior comprador de suas bebidas ficando atrás apenas da China, e no ano passado com o envio de 70 mil toneladas que somaram US$ 183 milhões e representam mais de 43% das importações brasileiras.

Fora os chilenos, os argentinos são responsáveis por 17% das compras brasileiras que têm a liberação de impostos alfandegários em função do Mercosul, o que proporciona vantagem sobre os europeus. Mesmo assim, países como Portugal, Espanha, Itália e França representam 40% das importações do Brasil em 2021.

O crescimento das vendas de vinhos no mercado nacional foi alavancado por vários motivos, entre eles a atitude do comprador que utilizou a digitalização como instrumento para elaboração de um canal que exclui intermediários e possibilita o contato direto entre vendedores e compradores.

O E-commerce cresceu muito ultimamente só para se ter uma ideia desse crescimento no primeiro semestre de 2022 esse canal produziu 118,6 bilhões em vendas conforme informação da 46ª edição do Webshoppers da Nielsen. A estimativa é de que o montante de vendas tenha superado com facilidade a ordem de 210 bilhões de reais em 2022.

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